E a luz veio novamente, com toda sua
vagarosidade, iluminar mais um amanhecer. Abre os olhos e percebe aquela
presença, tão sutil, porém tão forte, a qual sempre fez parte de sua
existência, deste mesmo modo - dual. Sua única companhia é hoje, e por muito
tempo, o exílio.
Tão comum. Afinal, qual melhor parecer do
que o seu próprio?
Perdurou-se por um longo tempo, a agora,
diferentemente de antes, já não mais preocupa, nem incomoda. Ela está ali, e
assim permanecerá; não há razões para apreensão.
Estar só. Uma afável expressão por sinal.
Mais usual do que o esperado, é agora sua
forma de existência. Não é possível abominar, pois assim, estará odiando a si
próprio. Apenas estime, desfrute e aprecie o vazio; este sim será sempre
eterno.
Não é uma menção ao ego, é apenas o outro
lado do mundo – ou um novo mundo- que só é possível enxergar assim, através da
solidão.
O mais interessante neste lugar é que as
regras são individuais, ou seja, não há regras. Escolhas e decisões são livres.
Talvez - inclinando-se para a certeza – este
seja o melhor modo de sobreviver ao mundo real.